terça-feira, 28 de julho de 2009

Duas coisas

Uma observação:

As vezes mudar o foco é a melhor solução. Um problema pode ter mais de um lado para ser observado. Ele pode ser a solução, a reclamação e o crescimento ao mesmo tempo.

Uma citação:

"Eu gosto do que faço, mesmo que me fatigue e possa me irritar. MInha energia vem da minha sede de saber" Merce Cunningham

sábado, 25 de julho de 2009

Balada e informação

Nunca imaginei que uma balada poderia ser um lugar para trocas de informações. Ontem fui com um amigo para um bar/boate da região. Um espaço apertado (demais), com gente demais e uma batidona alta demais. Dos três exageros só o último estava bom, o resto é um saco.

Enfim, tirando as dimensões e reclamações, nessa balada encontrei um funcionário que trabalha perto do alto escalão da Prefeitura de Limeira. Ele, advogado, com um copo de whisky com energético nas mãos (estava indo pegar o meu) comentou um pouco dos bastidores. Como sempre, trabalho foia a conversa número um. "É meu, está foda", comentou. Dá para se imaginar o porquê... o legal foi o que ele falou depois:

"Enquanto vocês mostram o que há por debaixo dos panos, nossa função é mostrar que não tem nada debaixo do pano."

Só pela forma como a conversa fluiu, está realmente difícil esconder essa movimentação de debaixo das malhas nada confortáveis de saco de laranja...

Twitter, jornalismo e dfinições

Estou comçando a me viciar no Twitter. Quando a gente para pra pensar os pensamentos já estão postados em 140 caracteres e só resta analisar o que veio da cabeça... (risos). Até alguns dias atrás achava a ferramenta meio fútil, até porque o uso que algumas pessoas fazem dele não passa de um marca-passo online e idiota. "Fui ao banheiro", "Usei o bom ar lá dentro..." e por ai vai... chega até ser ridículo e essas pessoas ainda se dizem viciadas... são é loucas.

Para o jornalismo o Twitter trouxe uma nova forma de levantar pautas. Se Gay Talese disse que não conhece nem o Google... vamos falar o que? As duas informações servem para uma reflexão na forma como a internet é usada na rotina jornalística. Não vou me aprofundar nisso, mas algumas pautas bem interessantes podem sair do acompanhamento dos pequenos posts que~surgem a todo instante no Twitter.

Aqui em Limeira, o juiz da 2ª Vara Criminal está inovando na sua comunicação com a imprensa e com os interessados nos processos que corre pelas suas mãos. Um dos jornais da cidade até furou o outro porque tinha visto em um dos mini-posts que um processo tinha recebido um certo andamento - pauta para matéria. Isso mostra que hoje em dia não se pode ficar isento do mundo da internet e de todas suas novidades. Ouvi certa vez que somos (nós jornlaistas recémformados) da era digital. Mesmo sendo novos e o fato de termos crescido praticamente online, isso não se configura justificativa para os dinos correrem atrás do prejuízo e aprender algumas novidades...

Até para o trabalho mais simples do dia a dia do jornalismo o twitter está ajudando. Quando recebi como função a edição de uma página sobre cultura e entretenimento tive em mente (e como ordem) dar um up na editoria, torná-la regional e não mais só notas sobre artistas, simples cópias e colas. Matérias sobre a mostra de teatro, exposições, oficinas e cursos, homenagem que grafiteiros fizeram para o Michael Jackson e por ai vai... e esses dias vi, pra mim, a primeira utilidade do Twitter. O perfil da EPTV (@eptvnoticias) deu uma nota sobre a apresentação da atriz Luana Piovani em Campinas. Opa... vamos por no Variedades, por que não?

O único problema da ferramenta é que ela não tem atualização automática, pelo menos eu não reparei isso ainda, estou apertando F5 toda hora... Além disso, o número de atalhos, teclas, siglas, ou sei lá mais o que existe no site, me parece ser grande. Muitas pessoas estão reclamando do site porque ele é difícil de se aprender a lidar.

Definições do Tiwitter que li no perfil da Pitchila (@prit_)

"O twitter é como um patio de hospicio, cada um falando "sozinho", eventualmente alguém responde" por @saint

"Twitter?! É a maior e mais simples forma de traduzir sua vida em milésimos de segundo" por @prit_

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Olhares Programados e muita arte Contemporânea em Limeira




É motivador ver como algumas cabeças pensantes e criativas em Limeira podem modificar um espaço que estamos habituados a ver e condenar como deteriorado pelo tempo. Essa ação de artistas plásticos foi feita no prédio da Oficina Cultural Carlos Gomes, em Limeira. Conhecido como Palacete Levy, a sede da oficina está com a Exposição Olhares Programados. A mostra que traz para os limeirenses uma Arte Contemporânea gostosa de se ver e interagir é resultado de uma oficina de orientação de projetos feita com a artista plástica Cecília stelini, de Campinas.

A sala frontal e o salão do andar superior junto com quase todos os cômodos do subsolo se transformaram. As peças expostas pelos alunos de Cecília dão uma ideia do quão criativo são os artistas da cidade (na verdade de Limeira, Piracicaba e outras cidades da região), a riqueza das bagagens de cada um deles e também como é possível aproveitar o espaço que temos para criar uma nova perspectiva do olhar nessas velhas dimensões do cotidiano de nossa cidade.

Logo na primeira sala, as janelas brancas e antigas iluminam um emaranhado de fios vermelhos, cabides de madeira e acessórios de moda antigos como bolsas d feitas com um tecido xadrez vermelho, óculos entre outras peças. Já o salão e o subsolo abrigam diversos trabalhos que usam diferentes linguagens para trabalhar o que a artista que comandou a oficina chama de poética pessoal. Em cada peça de arte ali é possível notar desde sentimentos mais puros como romantismo até indignação, solidão e alegria.

A oficina, segundo Cecília, tinha justamente essa proposta. Em entrevista a artista comentou que seu trabalho durante os quatro meses de aula foi além do simples planejamento de como dispor peças de arte em um determinado espaço. Segundo ela, os artistas que participaram do curso foram orientados a entender seus símbolos pessoais e o porquê que cada um trabalha com determinada linguagem dentro da arte contemporânea. Esta conscientização é que dá as diretrizes para como planejar o espaço e a exposição que cada artista faz de suas peças.

Conversando com o coordenador da Oficina Carlos Gomes, Robson Trento, descobri que esta não é a primeira vez que o prédio faz uma exposição como esta. Apesar de não ser inédita para eles, foi para mim aqui na cidade. No segundo (ou primeiro, não me recordo ao certo) ano de faculdade, as duas turmas de Comunicação Social do Isca foram visitar duas exposições sobre arte contemporânea e tecnologia em São Paulo. Uma no espaço do ItaúCultural e outra na sede do Sesi, ambos na Avenida Paulista.

Naquela ocasião nós tivemos contato com uma arte que possibilita a interação entre o público e os objetivos de cada artista. O mesmo ocorre com a exposição aqui em Limeira. Apesar de algumas peças estarem lá somente para serem observadas e questionadas, muitas outras dão a oportunidade de leigos em artes interagirem de uma forma nova e diferente com o que está sendo exposto.

Uma delas, a que mais me chamou a atenção, foi o que Trento denominou de sala dos sentidos. No subsolo do prédio, um dos artistas participante da oficina usou TNT preto para cobrir todas as entradas de luz no cômodo. No interior do cômodo ele colocou folhas de árvore secas no chão, uma luz-negra e várias mandalas (pelo menos foi o que eu vi e entendi) nas paredes. O coordenador da oficina ainda comentou que o artista também colocou cheiro em alguma parte ali, mas minha rinite não permitiu sentir essa parte da instalação. Além de tudo isso a sala também tinha música. Essa instalação em particular exemplifica uma curiosidade que tanto Cecília como Trento ressaltaram da arte contemporânea, a possibilidade de se mexer com todos os sentidos humanos e também a interação com o público.

Outras instalações também ficaram muito interessantes no subsolo - que eu começo a achar que é a melhor parte de toda a exposição. Em uma sala, muito papelão e adesivos de frágil. Na outra, um colchonete e duas almofadas revestidos com um tecido de paetes prata fazem cama para assistir no teto da sala uma série de imagens do que me pareceu terem sido feitas em um dia chuvoso. Um estúdio de revelação de fotografia se transformou em uma "fonte de vida" (acho que era esse o nome da instalação). E uma outra instalação dá para o público a chance de olhar por um calendoscópio, coisa que eu não via há algum tempo já.

No geral, todas as instalações e peças que são exibidas naquele prédio rosado perdido no meio do Centro de Limeira transportam as pessoas que se dispôem a passar alguns minutos no meio de tanta arte para um mundo bem interessante. Não é exagero dizer desse transporte pela arte até porque realmente os sentidos são trabalhados de formas tão particulares que em alguns certos pontos acabamos nos esquecendo dos compromissos diários para simplesmento apreciar algo totalmente diferente do que estamos habituados na correria do dia a dia.

* Ainda vou colocar algumas fotos feitas na exposição aqui.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Meet me Halfway - The Black Eyed Peas

I can't go any further then this
I want you so badly, it's my biggest wish

I spent my time just thinkin thinkin thinkin about you
Every single day yes, i'm really missin' missin' you
And all those things we use to use to use to do
Hey girl, wuz up, it use to be just me and you
I spent my time just thinkin thinkin thinkin about you
Every single day, yes i'm really missin missin you
And all those things we use to use to use to do
Hey girl wuz up, wuz up, wuz up, wuz up

Can you meet me halfway, right at the boarderline
That's where i'm gonna wait, for you
I'll be lookin out, night n'day
Took my heart to the limit, and this is where i'll stay
I can't go any further then this, ooooh
I want you so bad it's my only wish

Girl, i travel around the world and even sail the seven seas
Across the universe i go to other galexies
Just tell me where you want, just tell me where you wanna to meet
I navigate myself, myself to take me where you be
Cause girl i want, i, i, i want you right now
I travel up town (town) i travel downtown
I wanna to have you around (round) like every single day
I love you alway..way

Can you meet me half way (I'll meet you halfway)
Right at the boarderline
That's where i'm gonna wait, for you
I'll be lookin out, night n'day
Took my heart to the limit, and this is where i'll stay, oooooh ooooh
I can't go any further then this, ooooh, ooooh
I want you so bad it's my only wish, ooooh, ooooh
I can't go any further then this, ooooh, ooooh
I want you so bad it's my only wish

Let's walk the bridge, to the other side
Just you and I (just you and I)
I will fly, i'll fly the skies, for you and I (for you and I)
I will try, until i die, for you and i, for you and i, for for you and i,
For for you and i, for for you and i, for you and i

Can you meet me half way
Can you meet me half way
Can you meet me half way
Can you meet me half way
Meet me half way, right at the boarderline
That's where i'm gonna wait, for you
I'll be lookin out, night n'day
Took my heart to the limit, and this is where i'll stay
I can't go any further then this, ooooh, ooooh
I want you so bad it's my only wish, ooooh, ooooh
I can't go any further then this, ooooh, ooooh
I want you so bad it's my only wish

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Oportunismo

O prefeito de Limeira, Silvio Félix, é oportunista. Uma daquelas pessoas que aproveita brechas para se sair bem na história ou tentar maquiar assuntos ruins com outros de importância irrelevante.

Recentemente um fantasma foi descoberto em sua administração. Conforme foi relatado em um post anterior, fiz algumas perguntas para a Assessoria de Comunicações da prefeitura e até hoje não foram respondidas. O mesmo aconteceu com um outro assunto: o sumiço dos quadros do Museu Histórico e Pedagógico "Major José Levy Sobrinho".

Um inquérito foi aberto pelo Ministério Público de Limeira para apurar esse tal sumiço. No dia 30 de junho enviei um pedido para a assessoria para poder consultar o arquivo do museu e ver os treze quadros desaparecidos. Em uma das ligações que fiz para o setor, iniciei a conversa comentando sobre os quadros que foram "roubados". logo fui corrigido: "Os quadros não foram roubados Alex, eles estão desaparecidos". Se os quadros foram tirados ilegalmente do lugar e ninguém sabe do paradeiro das obras, isso configura o quê?

Deixando de lado a questão do termo utilizado na conversa, a Assessoria de Comunicações está ficando hábil em enrolar jornalistas. Com respostas de duas linhas ou então envio de releases que pouco respondem as perguntas, o departamento tenta fazer o jornalista esquecer da pauta que está apurando ou ganhar tempo para maquiar situações e deixar tudo bem com todos.

Desde o dia 30 aguardo uma autorização para conseguir ir até o museu e verificar quais informações que há no arquivo do local para poder divulgá-las. Dados como quando os quadros foram feitos, quando foram incorporados ao acervo do museu, porque teriam SUMIDO e outras perguntas seguem absolutamente sem resposta. E se apertar muito a prefeitura ainda dirá que o MP está apurando o caso e por conta disso eles não irão falar nada.

É mais uma das escapadas, uma estratégia na qual a assessoria e o governo de Félix é mestre. Voltando ao comandante desse carro, recentemente surgiu outra pauta na redação, uma até positiva que envolve tecnologia. Enviei algumas perguntas para a Assessoria e no final do dia veio uma mensagem toda cordial perguntando se elas poderiam ser respondidas na manhã do dia seguinte. Claro, porque não... Dito e feito, as respostas vieram todas no corpo de e-mail logo após cada pergunta. Nenhuma delas ficou em branco. E o melhor, o prefeito ainda queria discutí-las por telefone.

O assessor de comunicação, Ricardo Wollmer, ainda ligou na redação e perguntou qual seria um horário ideal para o prefeito dar a entrevista. comuniquei que no começo da tarde talvez seria interessante, mas que iria confirmar o horário certo. Por conta de todas as tarefas do dia, acabei não retornando a ligação, mas isso não foi problema para Félix. Do seu gabinete, o prefeito pediu para Wollmer ligar no Jornal de Limeira para que o excelentíssimo se pronunciasse. Isso foi no final da tarde desta quinta-feira, no meio do fechamento de dois cadernos semanais e a página de Variedades.

Muito educado o prefeito respondeu todas as perguntas que eu tinha para fazer sobre o assunto. Conversou normalmente, deu risada, ressaltou a importância da tecnologia para o assunto tratado. As perguntas, de certa forma eram inúteis. Tudo o que precisava já tinha sido respondido no e-mail enviado pela assessoria. A política da boa vizinhança não colava no momento. Meu chefe precisou conversar com o prefeito sobre outro assunto importante do dia e na hora que a ligação voltou pra mim, o que aconteceu? Ligação encerrada! Bem na hora que já tinha ultrapassado o meio de campo e iria chegar no ataque e tirar as dúvidas quanto tal funcionários fantasma!

Uma escapada de mestre. Quando eu resolver ser político vou querer ter aulas de defesa das forças da imprensa com Félix! Quando lhe convém ele não perde a oportunidade, mas sabe fugir da raia como ninguém.

Enquanto isso... ainda aguardo as respostas sobre os funcionários fantasmas e a autorização para ver o arquivo do museu... vamos esperar né, até porque se eu invadir o prédio acabo ganhando mais um boletim de ocorrência por invasão e violação de mais alguma coisa...

Causas de estresse

- pedido de paciência;
- acúmulo de função;
- risadas e sarcasmo;
- indecisão;
- contas;
- falta de reconhecimento;
- ser colocado de escanteio;
- não fazer o que realmente gosta;
- ouvir um conselho para desistir do objetivo;
- ver todo mundo fazendo tudo, e você fazendo um nada;
- assuntos idiotas;
- CTRL+C, CTRL+V;
- Releases e eventos ridículos;
- Uma cidade sem entretenimento;
- Ser enrolado por uma assessoria de merda;
- Ver um poder Executivo que é um lixo dar mais importância a uma entrevista sobre blog que um esclarecimento sobre corrupção;
- Estar entrevistando alguém e desligarem na sua cara;
- Trabalhar além do horário;
- Não poder dormir a hora que quiser;
- Ouvir que sacrifício faz parte do começo de carreira;
- Ouvir que se tem a personalidade de um arrombador de portas;
- Ficar no meio de intrigas e picuinhas de departamentos;
- Ter que ouvir um velho lazarento falando por quase uma hora;
- Elogios falsos;
- Ser chamado de estressado;
- Lidar com o estresse alheio e não ter o direito de ter o próprio estresse;
- Viver numa cidade do interior com mentalidade atrasada;
- Não ter tempo para fazer tudo;
- Ter uma assinatura com valor de compensação;
- Ter que assistir os canais da TV aberta;
- Não ter um PlayStation 2 e ainda ser classificado como membro da Elite Branca;
- Ser chamado por outro nome;
- Servir como um tapa-buraco;
- Ter habilidades ignoradas pelos outros;
- Ouvir gente comendo e fazendo barulho com a boca;
- Barulho de saquinho de bolacha ou papel de bala;
- Computador lerdo;
- Internet ruim;
- Falta de telefones para contato em sites de grandes empresas públicas ou provadas;
- Conversas longas e enroladas;
- Perda de tempo e falta de agilidade;
- Assessores de imprensa que não atendem o celular quando precisamos;
- Correr contra o tempo e ainda ficar ouvindo xingos e desabafos de outras pessoas;
- Ver alguém experiente falando errado;
- Ser enganado na loja de celulares;
- Ligar para alguém e não poder conversar em paz;
- Ligar para a mesma pessoa e ser tratado por outro nome;
- Não ter dinheiro para comprar todos os livros que pego na mão em uma livraria;
- Ter que aguentar questionamentos sobre algum dos itens dessa lista;
- Dormir demais;
- Perder tempo andando de ônibus;
- Não ter uma balada descente em Limeira;
- Não ter algupem por perto sempre que precisar;
- Não poder pagar um psicólogo;
- Ser cobrado por "amigos";
- Não ter tempo para malhar;
- Não conseguir ler um livro enorme em dois dias;
- Ter que ficar esperando resposta no msn;
- Não conseguir encontrar uma música ou aquivo na internet;
- Falta de comunicação;
- Ser estressado;
- Ser ansioso;
- Ter que ficar esperando e-mail até tarde;
- Não poder reclamar;
- Ter que dizer sim pra tudo e ficar de boca fechada;
- Ser novo;
- Ficar sendo comparado com outras pessoas ou equipes;
- Aguentar brincadeiras quando se está quieto e isolado de propósito;
- Gente arrogante;
- Gente metida;
- Injustiça;
- Escola que acha que é militar;
- Fonte que se acha a última bolacha do pacote;
- Não conseguir tempo para escrever um livro;
- Viver num ambiente de incertezas e inconstância;
- Ser o último a saber das coisas;
- Não participar de ideias e planejamentos;
- Fazer mais de quatro coisas ao mesmo tempo;
- Servir de pombo correio ou carteiro;
- Ter opiniões desconsideradas ou ignoradas;
- Promessas não cumpridas;
- Serviço público que só enrola;
- Assistir um programa inútil;
- etc...

Resultado: vontade de bater com a cabeça na borda da frigideira!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Recuperação: Uma palavra desejada

Recuperação. Esta é a palavra mais usada mês a mês quando dados sobre a economia dos municípios ou do país são divulgados. O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou hoje o balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Limeira voltou para os números negativos na variação entre as admissões e demissões no emprego formal nos setores da economia da cidade. Apesar de o número ser pequeno e negativo (- 0,05%), uma mudança positiva ocorreu em uma das atividades econômicas que mais sofreu desde o começo da crise econômica mundial, a indústria de transformação.

O número na indústria de transformação já vinha se recuperando desde dezembro de 2008. No último mês do ano passado, só esse setor foi responsável por 1.108 demissões em limeira. Enquanto esse número grande de carteiras de trabalho recebiam baixas, apenas 241 trabalhadores foram admitidos. Essa divergência nos números gerou o fechamento de 867 postos de trabalho no município. De dezembro em diante, a curva do emprego na cidade começou a sentir uma inclinação em direção aos números positivos, alcançada só em junho deste ano.

No mês passado, Limeira perdeu 32 postos de trabalho. A variação negativa é resultado do confronto entre os 2.312 funcionários admitidos contra os 2.344 demitidos nas indústrias da cidade. Seguindo a queda, o setor de serviços, que durante a crise foi um dos menos afetados na cidade, também registrou perdas. Foram fechados 34 postos de trabalho com carteira assinada nessa área em junho deste ano. Em maio a variação foi positiva. Naquele mês foram criados 190 postos de trabalho no setor. Desde novembro, este é o quinto mês (considerando março, mês que teve apenas um posto de trabalho fechado no setor) que o balanço fecha negativo para serviços. Em dezembro de 2008 o setor perdeu 316 postos de trabalho.

No acumulado desde o começo de 2009 o emprego em Limeira continua negativo. Foram fechados 1.080 postos formais de trabalho desde o primeiro mês do ano – uma variação de – 1,65%.

BALANÇA COMERCIAL

Além das perdas no mercado de trabalho, a balança comercial de Limeira também sofreu com todas as complicações da crise econômica. O setor de automóveis, o mais afetado nos Estados Unidos, fez vítimas também no Brasil e na cidade. Os números do primeiro semestre do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) revelaram que em seis meses a balança comercial do município teve grandes perdas. O setor de autopeças - representado em Limeira pelas multinacionais ArvinMeritor e TRW -, expôs no começo da crise econômica, em outubro de 2008, que os pedidos vindos do exterior registraram quedas. O argumento foi usado como justificativa para as demissões no setor e a redução da jornada de trabalho da linha de produção.

Comparando os números do primeiro semestre de 2009 com o de 2008 é possível constatar que o setor de bens intermediários deixou de exportar 31,3%, o que corresponde a US$ 47,46 milhões. Na outra mão do consumo internacional, as importações também caíram. A diferença entre os mesmos períodos foi de quase 20%. Apesar das perdas, a balança comercial de Limeira continua positiva. A diferença entre o montante de compras e vendas para o exterior ficou em US$ 20.684.698, ou seja, Limeira vendeu mais que comprou.

ANÁLISES

Analisados em conjunto, os levantamentos dos dois ministérios mostram que a possível recuperação da economia limeirense ainda é tímida e frágil. Apesar de variação negativa no emprego ser pequena em junho, os números mostram que ainda não está estabilizado as perdas de postos formais de trabalho na cidade. Pessoas ligadas aos setores econômicos da cidade tomam cuidado ao esboçar suas análises para a cidade.

HISTÓRIA:
Indústria: De salvação a perdição

Segundo estudiosos da economia nacional, a crise de 1929 não teve uma recuperação tão rápida. A indústria que hoje sofre os principais reflexos da crise com as quedas de exportações e redução do quadro de funcionários, na época em que a bolsa de Nova Iorque fez suas vítimas pelo mundo, no final da década de 1920 e início da de 1930, foi uma das responsáveis pela recuperação e estagnação da renda do País.

Ainda dependente da agricultura, a economia brasileira do final da década de 1920 estava em grande expansão econômica principalmente pela exportação dos produtos primários produzidos no país. A época é das grandes fazendas de café, com suas crises internas e no exterior, e a industrialização do país ainda ganhava espaço e se fortaleceu com toda a problemática no cenário internacional. Segundo Annibal Villanova Villela e Wilson Suzigan, “a Revolução de 1930 e a Grade Depressão contribuíram para robustecer as classes urbanas, levando, assim, ao declínio gradual do poder da classe agrária, principalmente dos produtores de café”. Naqueles anos, a indústria foi responsável pela estagnação da economia nos anos após a crise de 29 – efeito positivo para o contexto da época. “Se a produção industrial não tivesse substituído a agricultura de exportação como setor dinâmico da economia, teria havido queda da renda per capita ao invés de apensa estagnação”.

A balança comercial registrou queda nas importações e exportações nessa época. Como explica Wilson Cano, no período de 1929-1933 a dominância que as exportações exerciam sobre a determinação do nível e do ritmo da atividade econômica do país passou para segundo plano. “A parti desse momento, seria a indústria o principal determinador do nível de atividade econômica de atividade”, diz.

O que houve no Brasil após a crise de 1929 foi a integração da indústria nacional. Uma “saída para dentro”, nas palavras de Cano. As indústrias passaram a importar matéria prima de estados vizinhos. Com as complicações no comércio exterior, houve uma substituição das importações. As taxas de câmbio ficaram mais cara para aqueles produtos com similares nacionais. A medida adotada pelo governo diminuiu a ociosidade de produção do Brasil. Com um precedente de imigrações e crescimento da população urbana, as indústrias encontraram um momento ideal para aquecer a produção com a demanda interna.

“A contenção dos novos investimentos industriais, de maneira geral, deu-se pelo violento corte das importações e, no caso da maior parte das indústrias de bens de consumo não durável”, explica Cano.

ATUALIDADE

O que as avaliações e a história mostram são cenários diferentes nas duas crises que o mercado brasileiro passou, mas as experiências servem para novas estratégias. Enquanto a agricultura perdia espaço e a salvação foi a integração da indústria na década de 1930, hoje se diz que a crise tem um futuro ainda nebuloso, apesar de já ter mostrado suas piores garras e a indústria, agora, foi a responsável pelo sono conturbado da classe assalariada.

Numa era ainda mais capitalista, a luta atual é pelo aumento do crédito às indústrias e para a população como um todo. A tática agora é fomentar o consumo, estratégia defendida por especialistas que analisam as taxas básicas de juros que estão em queda.

Li certa vez que uma política keynesiana também ajudaria o país a sair da crise. Em 1936, o economista que John Maynard Keynes publicou o livro Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda. Na publicação o estudioso defendeu o seguinte: “O longo prazo é um guia enganoso para as situações presentes. No longo prazo todos estaremos mortos. Os economistas se propõem uma tarefa muito fácil e inútil se em épocas de tempestade eles apenas puderem dizer que, quando o temporal tiver passado, o oceano estará calmo”. A crítica de Keynes era pelo aumento das despesas do governo em obras públicas.

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal, é apontado como um investimento que segue a linha de Keyne. Investir em obras públicas, segundo os especialistas, fomenta o consumo interno. Gerar emprego é gerar renda para a população. Em entrevistas sobre a situação da Construção Civil com as desonerações do Imposto sobre Produtos Industrializados, o setor é sempre apontado como o temômetro da economia. Se ele é tão importante assim para a economia, porque Limeira não segue a tendência nacional e investe o que recebeu do Programa?

Segundo o balanço estadual de dois anos do PAC, Limeira tem uma verba de cerca de R$ 13 milhões reservadas para obras de saneamento e habitação. Mas até agora não usou nem metade.

Em entrevista recente ao Jornal de Limeira, o secretário municipal de Habitação, Antonio Custódio de Oliveira, comentou que já foram encaminhados cinco projetos residenciais para a Caixa Econômica. Eles ainda estão sob análise do banco para a liberação e início das obras. Oliveira comentou que os próximos passos serão dados pelo banco que fica responsável pela contratação da construtora e todos os trâmites burocráticos para por em prática o projeto Minha Cassa, Minha Vida na cidade.

Outros projetos também estão empacados pelas burocracias do poder Executivo e financeiro. Um deles, o Saneamento Para Todos, que terá a maior verba destinada pelo PAC. Ele conta com um repasse de cerca de R$ 10 milhões, mas não apresentou nenhum avanço em Limeira.

Com todo esse cenário, onde está o interesse do poder público em ajudar as classes mais pobres e a economia do município? Um aquecimento no setor de construção mobilizaria outras áreas da economia, inclusive a de autopeças.

A história mostrou que num momento de crise a indústria nacional se integrou para, pelo menos, garantir uma estagnação da economia dos anos seguintes a 1929. Com uma globalização tão forte e presente no mundo moderno, o tempo agora é de se voltar mais uma vez para dentro e aquecer o consumo dos limeirenses para voltar a mobilizar todos os setores da economia e garantir uma curva de emprego e da balança comercial em uma inclinação positiva para os próximos meses.

Release!!!!!!!!!

Isso é que é um relase com foco no seu público alvo. Não foi alterada nenhuma linha, acreditem se quiser.. detalhes estão em negrito!

**

Touch Limeira recebe top DJ Ale Reis neste sábado


Touch Limeira, a casa noturna onde playboys e patricinhas disputam cada centímetro quadrado da pista, recebe o top DJ Ale Reis neste sábado.

DJ, produtor e remixer, Ale Reis teve residência em importantes clubes de S. Paulo como Café de la Musique e Museum, com sets que vão do nu jazz ao deep house passando pela house music. Tocou no Federal Weekend Brasília, Winter Play Floripa, Weekend Araxá, House Ship e em clubs como Disco e Lotus. Já dividiu cabine com alguns dos mais importantes DJs de house do mundo: Harry Romero, Erick Morillo, Layo & Bushwacka, Pete Tong e Tim DeLuxe.

Também se apresenta na noite o DJ Nadim Elias com seu set repleto de minimal e deep house. O
DJ residente Chris Wenzel manda ver nas pick-ups até o início da manhã e dispara sets de house music, enquanto o VJ Raphael Bellini apresenta no telão e nas telas de LCD imagens sincronizadas em montagens virtuais.

Para informações e reservas de camarotes: 19 3453 0400


SERVIÇO

Data: sábado, 18
Atrações: Ale Reis, Nadim Elias, Chris Wenzel e Raphael Bellini
Local: Touch Limeira
Horário: 24h
Promoção: POOL
Endereço: Avenida Saudades 1511 – Centro – Limeira
Fone: 19 3453 0400
Censura: mulheres 18 anos e homens 21 anos - RG original obrigatório





Empresa: Touch Limeira
Fonte: Roberlei Cidade, Diretor


Informações para Imprensa: Touch – Lu – lu@touchlimeira.com.br - 19 3453 0400

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Caso Fantasma - Perguntas sem respostas

A Prefeitura de Limeira, por enquanto está optando pelo silêncio para algumas respostas específicas. É típico só dizerem o que lhes convém e deixar sem respostas alguns questionamentos que podem entregar alguma sujeira.

Na última terça-feira, dia 7, enviei (de meu e-mail pessoal) algumas perguntas para saber como será tratado o caso do fantasma dentro do poder Executivo. A resposta básica que a Assessoria de Comunicações da prefeitura passa para a imprensa só diz que os serviços de vídeo são muitos caros e por isso decidiu ela mesma produzí-los com a assessoria de uma pessoa contratada para tal.

Foram feitas as seguintes perguntas:


- Quem solicitou ao prefeito os serviços do profissional?

- Por que a prefeitura não contratou os serviços da empresa de Muraoka ou de outra empresa do setor como uma assessoria técnica, conforme foi divulgado em nota?

- O tal funcionário deverá devolver o salário que recebeu no tempo que ficou nomeado?

- Se esse tipo de nomeação/contratação é legal, como transpareceu na resposta enviada para a imprensa, por que exoneraram o funcionário?

- O funcionário tem algum registro em livro-ponto que comprove os horários e dias que trabalhou na prefeitura?

- Quais foram os vídeos que Muraoka produziu no tempo que ficou nomeado?

Agora as inconsistências. Se a forma como Muraoka foi contratado é legal, havia mesmo a necessidade de exonerá-lo no mesmo dia em que a matéria sobre o funcionário fantasma foi publicada no Jornal de Limeira? Não seria interessante uma coletiva de imprensa para mostrar que não havia irregularidade em todo esse processo?

Já quanto aos horários de trabalho, funcionários comissionados, em algumas secretarias, não costumam registrar horários de entrada e saída. No Centro Cultural, peo menos, é assim. Lá só professores têm que registrar diariamente o horário que esteve no prédio dando aulas, já o resto...

Os comissionados, segundo resposta dada lá dentro quando foi questionado a exclusividade do registro aos professores, é que eles trabalham além do horário normal. Ficaram até bravos por ter sido questionado esse fato. Os professores, segundo acordo com o antigo diretor da escola, Rafael Gabriel, trabalham nos horários de suas aulas e usam o restante do período para preparar as aulas em casa. Isso é mais que necessário tendo em vista a falta de infraestrutura do local. Há somente um computador para todos os professores usarem e poucos livros das áreas dos cursos oferecidos pela escola.

Os comissionados trabalham sim, de sábado, domingo e alguns feriados, isso quando há eventos relacionados à pasta à qual estão lotados. Mesmo assim, não deveriam ter um mecanismo de registro do horário trabalhado - ou a prática revelaria que "bicos" a parte atrapalham os negócios com o poder Executivo?

O e-mail até a noite de sexta-feira não foi respondido. No feriado de 9 de julho, apesar de alguns funcionários da prefeitura terem atendido o chamado via Nextel de outros funcionários, simplesmente ignoraram algumas ligações, como se estivessem longe do celular, ou ignorando mesmo.

Exportações caem US$ 56,86 milhões no semestre

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou ontem os resultados da Balança Comercial do primeiro semestre de 2009. De acordo com o levantamento, nos seis primeiros meses, Limeira deixou de exportar cerca de 24% de sua produção em relação ao mesmo período de 2008, o que corresponde a US$ 56.863.862 a menos. As importações também fecharam em queda, variação de cerca de - 20% comparando os dois semestres. A balança comercial na cidade - diferença entre as importações e exportações -, no entanto, fechou positiva em US$ 20,684 milhões.

O ano já começou negativo para o comércio exterior de Limeira. Com a crise econômica mundial, os produtos que mais perderam mercado no cenário internacional foram os de bens de capital, com uma queda de 40,4% na exportação. Além deste, os bens intermediários também registraram queda. A variação entre os primeiros semestres de 2008 e 2009 mostrou um resultado negativo de 31,3% para esse grupo, o que corresponde a US$ 47.465.422 a menos vendidos para outros países.

Os bens intermediários consideram materiais utilizados durante a produção das empresas. Este é o grupo que mais exporta em Limeira. Nele está o setor de peças e acessórios de equipamentos de transporte. Só estes produtos perderam quase 13 pontos percentuais de participação das exportações dos bens intermediários. O setor exportou US$ 43.659.726 a menos neste primeiro semestre.

Nas outra mão do comércio exterior, Limeira importou US$ 13.390.887 a menos no período comparado. O setor que mais registrou queda também foi o de bens de capital, que exportou US$ 7.278.355 a menos.

ESTADO

O principal exportador do Sudeste, o Estado de São Paulo, teve queda de US$ 19,193 bilhões nas exportações - performance 29,4% menor que a registrada no mesmo período de 2008 (US$ 27,185 bilhões).

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Um ano de servidor público...

Em uma época da faculdade quando a gente questiona se aquela profissão é a que realmente queremos seguir em nossa vida, as dúvidas abrem espaço para outras alternativas e deixa brechas para outros amores tentarem falar mais alto. Isso aconteceu comigo no terceiro ano da faculdade de Jornalismo. De saco cheio de algumas disciplinas e sem muita paciência para esperar por mais três semestres, houve um tempo em que quase tranquei o curso para estudar e prestar vestibular na Unicamp para o curso superior em dança. (Graças a Deus não fiz isso mesmo)

Desde criança dançar sempre foi uma atividade que me agrada. Porém, comecei a dançar tarde. Com 14 anos me matriculei no curso de sapateado no Centro Cultural. Fiz um ano de aulas, que considerava até há pouco tempo o cúmulo do básico, com a professora Nina (hoje sei a difuldade de trabalhar com crianças da idade que eu tinha). Depois de algum tempo parado, por conta do Ensino Médio e os cursos técnicos que fiz nesse período, voltei a dançar, em uma academia particular. Já estava cursando Jornalismo e o que voltou como um hobbie virou uma segunda profissão.

Cerca de seis anos depois das primeiras aulas no Centro Cultural e as brincadeiras nos corredores com os sapatos de plaquinhas de metal, resolvi prestar um concurso da Prefeitura de Limeira para a vaga de professor de dança. O concurso foi feito em 2007. No ano seguinte, quando deveria ser convocado, eleições. Foram pelo menos seis meses conversando com secretários e outros funcionários e acompanhando a situação do processo até que em julho de 2008 finalmente foi publicado no Jornal Oficial meu nome. Não vou lembrar a data exata dessa publicação, mas me recordo bem da pressa e da correria para conseguir assumir o cargo o quanto antes. O anúncio saiu no jornal na sexta. No mesmo dia agendei os exames que precisavam e consegui os documentos do edital. Na segunda-feira preenchi todos os papéis na Secretaria de Administração e na terça já era um funcionário público efetivo.

Um ano depois, apesar de pouco tempo, é possível relatar como é estar no poder Executivo, pelo menos em parte dele. No departamento onde trabalho, o Centro Cultural (que une a Escola de Cultura e Artes, Museu e Biblioteca), grande parte dos funcionários é comissionado. Dos professores então, só conheço dois concursados (um deles sou eu). Apesar de esse fato não parecer ter tanta relevância num primeiro momento, na minha opinião é um dos principais motivos pelo qual a escola e o local não é mais forte e atuante do que poderia ser.

Há, entre os funcionários efetivos e comissionados, algumas diferenças claras de comportamento e visão da máquina pública. O clássico é o medo de retaliações e de denúncias das irregularidades do local. Comissionados parecem ter medo de abrir a boca, afinal o contrato pode ser recindido a qualquer momento. Um deles que começou a falar além do que deveria foi demitido. O que está errado deve permanecer no silêncio. Por conta disso as denúncias geralmente são anônimas. Abrir a boca é sinônimo de transferência. Não falo só do departamento onde trabalho. Conversando com mais funcionários públicos as mesmas situações são relatadas.

Errado é ser submisso. Respeitar a hierarquia de cada local de trabalho é sempre fundamental, mesmo sabendo que algumas vezes não é a competência que nomeia chefes, mas sim as famosas costas quentes na política. Funcionários concursados e efetivos deveriam sim questionar, discutir e denunciar, afinal foi por mérito próprio que esses funcionários conquistaram o posto em que estão. Porém, nem sempre isso ocorre.

Enquanto um funcionário efetivo se cala, um comissionado tenta sempre abafar a situação. Dia desses estava conversando com uma funcionária da escola sobre o caso envolvendo uma das salas da escola e o boletim de ocorrência que cita meu nome e uma outra comissionada passou do nosso lado e pediu para entrarmos em uma das salas para que as mães de alunas que estavam perto não ouvirem o assunto. Abafar por quê? O que tem de errado conversar na frente de mães ou de qualquer outra pessoa?

Uma das coisas que o poder público deveria priorizar, em todas as situações, é a transparência. Das contas aos processos internos. Com excessão do que corre sobre segredo de justiça, tudo deveria estar disponível de forma fácil para a população conferir e cobrar. A fornalha que move essa máquina é o dinheiro dos contribuintes. O resultado final é sempre noticiado e bem divulgado pela mesma máquina. Mas e o processo de produção? A população tem conhecimento das duas pontas – a entrada do dinheiro e a aplicação dele (ou de parte dele).

Se todos os funcionários do poder executivo fossem concursados, provavelmente não haveria tanta impunidade e corrupção como há no meio. Do auxiliar geral até o superintendente. O serviço feito por profissionais que sejam formados para atuar na área que escolheram melhoraria e muito a qualidade do atendimento da população.

Secretários até vai, são os braços políticos do prefeito, mas não há tanta necessidade em nomear diretores e os inúmeros cargos que há no poder público. Isso faz com que a corrida eleitoral seja garantia de emprego para toda uma equipe que puxa o saco do comandante. Essa garantia de emprego, pode se tornar também garantia de roubos, de ameaças e de silêncio de quem já está há anos concursados ou escolheu do trabalho no setor público uma forma de garantir a vida.

No final... em um ano conquistei a amizade de alunas, me aproximei de quem já adimirava como profissional e ganhei um boletim de ocorrência de graça.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Próximos passos... release do Sindsel

Sindsel recebe denúncias de servidores da Secretaria Municipal da Cultura

Servidores da Secretaria Municipal da Cultura de Limeira denunciaram ao Sindicato dos Funcionários e Servidores Públicos Municipais de Limeira (Sindsel) nesta terça-feira, dia 7, situações de assédio moral, más condições de trabalho e falta de segurança.

As denúncias de situações de assédio moral demonstram que a chefia estaria: ridicularizando alguns funcionários na frente dos demais colegas de trabalho; isolando determinados funcionários do grupo de trabalho; ignorando propositalmente o trabalhador para desestabilizá-lo emocionalmente; obrigando o funcionário a fazer uma função que não é a dele; retirando o material necessário para que o funcionário possa executar a própria tarefa, impedindo assim que o trabalho seja realizado; expondo o funcionário num determinado local sem nenhuma tarefa ou, simplesmente, não atribuindo nenhuma tarefa para aquele funcionário; e ainda abusando das relações de hierarquias com medidas autoritárias.

Parte das denúncias relacionadas a assédio moral envolve o diretor da Secretaria Municipal da Cultura, Juraci Rodrigues Soares Requena. Conforme os relatos, o diretor estaria fazendo uso do poder do cargo que ocupa para perseguir e constranger determinados funcionários. “(...) tudo que ele quer fazer, ele usa as palavras ‘eu posso, agora é assim porque eu quero (...)’”, trecho de uma denúncia encaminhado ao Sindsel. “Após ele ter assumido a direção, o poder subiu na cabeça (...). Após o diretor em questão ter tomado posse vem com “perseguições” deixando-me doente, tenho provas que fui procurar médicos pelas seqüelas que ele vem me causando, inclusive tenho tomado soníferos, tarja preta, isso nunca ocorreu comigo (...)”, continua a denúncia.

Os relatos seguem com relação às más condições de trabalho. De acordo com os relatos, quando chove cai muita água nas salas um e dois da Escola Municipal de Cultura e Arte (Emcea), que funciona no mesmo prédio do Museu Histórico e Pedagógico – “Major José Levy Sobrinho”, a ponto de impedir os professores de darem aulas. As goteiras também estariam afetando as salas da secretaria do prédio, segundo os relatos, é tanta água que cai do teto que os funcionários são obrigados a cobrir os equipamentos que ficam sobre as mesas para não danificarem.

Ainda nas salas um e dois há denúncias de buraco no assoalho mal consertado e carpete mal fixado, que estariam oferecendo risco, não só para os funcionários, mas, principalmente, para os alunos. “Só depois que uma aluna caiu e ficou com a perna presa dentro do buraco, que colocaram uma tampa improvisada no local. Durante as aulas, os alunos tropeçam no carpete, alguma hora alguém vai acabar se machucando”, ressaltou um denunciante.

Outro problema é quanto à segurança. De acordo com as denúncias recebidas não há guardas na Emcea no período da noite. “Só é possível ver os guardas no período da manhã. Geralmente as aulas terminam por volta das 22h, mas não há guardas no local. É perigoso devido à localização e ao horário, principalmente, porque as aulas são freqüentadas por crianças e adolescentes”, afirma um denúnciante.

Conselho Regional de Biblioteconomia reforça as denúncias de más condições

As condições dos prédios da Cultura tem gerado tanta preocupação que entre as denúncias foi anexado cópia do “Auto de Constatação” emitido pelo Conselho Regional de Biblioteconomia, após fiscalizar o prédio da Biblioteca Pública Municipal -“Prof. João de Souza Ferraz”. “O acervo de leitura é de livre acesso, como a referência e braile. Os demais assuntos para pesquisa é fechado, pois não há segurança do acervo. Atualmente o número de funcionários é insuficiente. As estantes e materiais da sala de serviço técnico ficam cobertos com plástico para evitar danificar com água da chuva. Há problemas sérios com a instalação elétrica, com fios à mostra”, trecho do auto.

Perseguição

O funcionário público e jornalista Alex Contin também procurou o Sindsel hoje e relatou ter sido vítima de perseguição. Isso porque, segundo o que foi relatado por Contin, ele estaria sendo acusado injustamente de arrombar uma das salas da Emcea, após ter feito matérias denunciando às más condições na estrutura da escola.

“Na sexta-feira, dia 3, parte do teto da sala dois da escola caiu, devido ao risco que o local apresentava às pessoas, o diretor da escola, Juraci Soares Requena, disse que não haveria mais aulas no local por motivo de segurança, mas não colocou nenhum aviso na porta. Como a sala era usada regularmente, na noite do mesmo dia, como eu tinha que dar aula, precisei entrar na sala para pegar o material, porém a chave não estava no prédio. Como não tive retorno do secretário municipal da Cultura sobre o ocorrido, entrei na sala, peguei o material para poder dar aula. No sábado, o secretário da Cultura foi até o Centro Cultural e me acusou de ter arrombado e danificado a porta da sala quando entrei. Alunos que estavam no local presenciaram o ocorrido e foram orientado pelo diretor da Cultura a não se envolver, pois poderiam ser prejudicados”, afirmou Contin. Ainda segundo o funcionário, a porta já estava danificada antes dele entrar e qualquer um poderia ter aberto a porta.

Ações do Sindicato

Ainda essa semana o Sindsel irá encaminhar uma representação junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) informando as denúncias recebidas e solicitando para que sejam apuradas. O Sindsel também irá protocolar um documento na Prefeitura Municipal de Limeira informando o ocorrido e pedindo um parecer. “Gostaríamos de apresentar as denúncias que estamos recebendo diretamente ao governo municipal, mas até agora não fomos atendidos”, explica a presidente do Sindsel, Eunice Ruth Araújo Lopes.

O Sindsel e a Prefeitura deveriam se reunir nesta quarta-feira, dia 8, mas a reunião foi transferida para segunda-feira, dia 13. “Estamos tornando público essas denúncias como uma medida de proteger e assegurar os direitos dos funcionários públicos envolvidos”, ressaltou ela. Essa não é a primeira vez que o Sindsel recebe denúncias de assédio moral de servidores da Cultura. No começo desse ano, os auxiliares gerais da Cultura denunciaram ao Sindsel situações de assédio moral, desvio de função e comissionados irregulares.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Cumprindo promessas e ameaças...

Como se fosse nos tempos de promessas de fio de bigode, o secretário de Cultura, Adalberto Mansur, ameaçou e cumpriu.

Na tarde de sábado, quando discutiu comigo sobre o caso do Centro Cultural, Mansur foi até a Delegacia de Polícia e fez Boletim de Ocorrência por dano ao patrimônio público.

Como consta na ocorrência (na qual fui citado), para o delegao de plantão, Mansur relatou que a sala foi interditada por conta dos problemas com o teto. Ele ainda disse que a interdição foi comunicada a mim. E continua: "na data de hoje (4/7) o representante presente (Mansur) recebeu a informação do Diretor da referida escola que aquela sala tinha sido arrombada (...). Segundo o representante, o professor lhe telefonou na data de ontem, solicitando a chave daquela sala. Alex foi novamente informado de que aquela sala não poderia ser aberta, pois, estava interditada até segunda ordem. Hoje (4/7), quando da descoberta da porta arrombada, o professor afirmou qao representante de que foi ele quem abriu aquela porta para retirar materiais seus utilizados para das aulas, mediante força física, já que não tinha a chave."

Vamos aos fatos e às mentiras que ele relatou. Mansur disse ao escrivão que a interdição foi comunicada a mim duas vezes. Pela manhã e na hora que liguei para ele. Mentira! Pela manhã, o diretor do Centro Cultural comentou, após relutar em abrir a sala para que eu pegasse o material que usaria na aula da manhã, comentou que a sala não seria mais usada para as aulas - ele não restringiu o acesso de funcionários e professores da escola, só as aulas por motivos de segurança.

Quanto ao segundo aviso, Mansur não deve estar com boa memória. Quando liguei para ele - após tentar insistentemente contato com o diretor da escola -, pedi para me ajudar no caso. Relatei que precisava usar a sala e ele SÓ disse que iria tentar contato com o diretor e me daria um retorno. Não deu! O diretor da escola ligou para o local por volta das 19h45, quase 15 minutos depois de ter começado a aula. Depois que ficou sabendo que eu já estava ocupado com minhas alunas, não quis conversar comigo.

E o mais engraçado...

"O representante também viu estampado no Jornal de Limeira, desta cidade, na edição de hoje (4/7), a foto da referida sala arrombada mostrando os danos no forro da mesma. Salienta o representante que o professor é estagiário do citado jornal".

Por que o Jornal de Limeira foi citado pelo secretário? Por que mostrou as péssimas condições em que o prédio está? Ou porque denunciou que as aulas de dança estavam sendo dadas em um local que precisou ser interditado por motivos de segurança (isso depois de meses e meses de aulas)?

Ainda fiquei sabendo que um grupo também foi vitima da sala. Um conhecido me contou que quando estavam ensaiando naquela mesma sala, parte do teto caiu em cima de um dos integrantes do grupo. Eles, por serem "tranquilos", como definiu esse conhecido, não quiseram fazer alarde sobre o fato.

Quais são os procedimentos seguintes? Provavelmente uma sindicância para apurar os fatos relatados no BO. Ok. Vamos lá! Como Mansur me desafiou, com o dedo apontado para minha cara, sou homem o suficiente para relatar tudo nesse processo.

Agora quando nós perguntamos à Assessoria informações sobre o que será feito com o caso do fantasma, sabem qual é a resposta? NENHUMA.

Agora sim, sala deve permanecer trancada!



Depois de terem garantido que a sala dois do Centro Cultural era segura para as aulas de dança, resolveram deixá-la trancada e inutilizada. O diretor da escola está até regulando quem entra e quem sai do local. Hoje uma professora quase não pôde pegar seus pertences por medo de acontecer algum acidente lá dentro. AGORA ESTÁ COM MEDO DE ACIDENTES? Faça-me o favor né.

E detalhe, como mostra a foto FEITA POR MIM (dessa vez) com meu celular, o local está com um aviso. Agoooooooooora colocaram o aviso na porta. Resta saber se colaram ele lá sábado logo depois de todo o barraco causado pelo secretário da Cultura ou foi hoje cedo. Que deslize o meu, esqueci de perguntar... por mais óbvia que pareça a resposta, é sempre bom perguntar, não é?

E outra, não encontrei o diretor da escola no final das minhas aulas para perguntar se farão mesmo a sindicância ou não. Vão ter mesmo coragem de fazer isso? Não que eu queira dar uma de vitima, até porque não tenho nenhuma culpa no cartório de tudo isso, mas... como foi discutido no jornalistas, vai ser imoral apurar isso e deixar impune quem nomeou o fantasma!

sábado, 4 de julho de 2009

Onde está a ética do funcionário público?

Gostaria de provocar uma discussão. Até onde vai a ética de um funcionário público? Essa semana parei para pensar nesse assunto quando alguns assuntos envolveram o departamento no qual trabalho dentro da Secretaria de Cultura de Limeira. Além de jornalista sou também professor de dança concursado e dou aulas na Escola Municipal de Cultura e Artes (Emcea). A escola funciona no mesmo prédio do Museu Pedagógico "Major José Levy Sobrinho" que está interditado desde fevereiro de 2007 por conta das condições da estrutura física onde é exposto e guardado o acervo histórico.

Acontece que, apesar de terem preservado todos aqueles quadros, móveis e objetos que fazem parte da história de Limeira, e que ficam no segundo andar do prédio, crianças, adolescentes e adultos continuam frequentando normalmente o térreo do local. Lá são ministrados cursos de dança (jazz e ballet), teatro, violão e canto coral (são estes que me recordo e vejo todas as semanas). O problema está em duas das salas usadas principalmente pelos dois primeiros cursos listados.

Na sala 2, parte do teto era até sexta-feira coberto com um tecido preto para esconder um buraco que estava no madeiramento. Das seis luminárias que a sala possui, no máximo três funcionam - tem dias que só uma consegue ficar acesa a noite. Quando chove forte no Centro, a sala não ganha goteiras, mas sim cachoeiras e poças amareladas do teto. Todos os dias pela manhã, o linóleo da sala (material usado na dança para revestir o chão) fica cheio de bolinhas pretas - dizem que são fezes de cupim -; quando a faxineira estava em greve, as alunas faziam aulas em cima dessas bolinhas. Sem contar que um dos ventiladores está quebrado. Essa sala já foi filmada (em dias de chuva forte) e fotografada por mais de uma aluna. E na mesma sexta-feira do início do parágrafo, parte do madeiramento do teto caiu, deixando a sala fechada para as aulas.

Já na sala um, a situação é um pouco melhor. O teto está todo amarelado, mas está inteiro. Quando chove a sala também ganha cachoeiras, porém menores. Um dos ventiladores só não está quebrado porque no seu lugar só tem o cabo. O que tem de bom nela são as lâmpadas, a maioria funciona. E um buraco no chão foi tampado depois de uma aluna de cerca de oito ou nove anos ter enfiado a perna dentro.

Esse é o quadro de duas das salas do prédio também conhecido como Centro Cultural. As outras duas salas usadas por outros professores estão em melhores condições - pelo menos nunca ouvi dizer que têm goteiras. Existe dias da semana, principalmente segunda e quarta-feira, que a sala dois e um, recebem, no mínimo, cinco turmas de crianças (cada turma tem em média 20 crianças e adolescentes); nos outros dias o número de turmas é menor.

É possível se calar frente a uma situação como esta? Como fica um jornalista que convive com um caso como este e vê que a licitação para a reforma do local não sair e pior, as aulas continuarem a ser feitas normalmente no local a mando da direção da escola?

VOCÊ TEM MEDO DE QUÊ?

Certa vez, quando estava conversando com um dos funcionários (comissionado) da administração do local, ele me disse o seguinte: "você não pode ficar fazendo matéria no jornal sobre tudo o que você ouve aqui dentro". Será que não? Há um limite muito estreito, a meu ver, nesse caso. É preciso, sim, saber separar as duas funções: funcionário efetivo do jornalista. Mas jornalista é jornalista 24 horas (perdoem a repetição de palavras). Não cai (e espero não cair) na rotina daqueles profissionais que esperam a pauta chegar na mão ou aqueles funcionários públicos que se conformam com a situação em que estão inseridos, se calando para as não conformidades ao redor.

E outra coisa, uma escola de dança que lida com crianças carentes e lida com arte deveria ser fonte de excelentes pautas. Por que o medo de matérias sobre o que é ouvido dentro da administração? Um funcionário público deve ser ético o suficiente para assumir um cargo comissionado - deveriam inventar um teste para averiguar isso. Transparência deveria ser a palavra chave para todas as relações dentro do serviço público.

E até onde um comissionado iria para garantir o emprego? Com uma situação irregular ele se calaria ou colocaria a boca no mundo para denunciar? O que aconteceu com os cargos comissionados que sabiam da existência do tal funcionário fantasma que Félix nomeou? Na sexta-feira ele foi exonerado, no mesmo dia em que a matéria do Jornal de Limeira foi publicada. Em menos de horas os funcionários da administração se mexeram para conseguir aprovar a exoneração dele e de outros três comissionados. Indo além: e quem permitiu isso? O que aconteceu com aqueles que sabiam da existência da nomeação do tal fantasma e ainda defendeu a nomeação para um cargo que exige a presença diária do funcionário junto do poder Executivo?

É ai que volto ao título deste texto: onde está a ética dos funcionários públicos comissionados? É melhor saber responder isso antes de criticar a ética de jornalistas e jornais da cidade!

Nervoso...

Por conta da matéria feita pelo Jornal de Limeira de hoje e relato no post abaixo sobre a situação da sala do Centro Cultural, o secretário de Cultura, Adalberto Pedro Mansur, ficou nervoso e muito irritado hoje a tarde. Mansur é meu superior na secretaria onde dou as aulas de dança como funcionário efetivo.

Assim que cheguei no Centro Cultural para minha aula de jazz das 15h, Mansur estava me aguardando no balcão de recepção. Me levou para uma das salas da administração e em menos de cinco minutos sua voz já estava exaltada. Sem saber separar o funcionário efetivo, do jornalista e do amigo (Mansur já foi meu chefe na Assessoria da Prefeitura), o secretário se perdeu nas palavras tentando me fazer revelar qual é a autoria das fotografias que foram publicadas no Jornal (as mesmas que coloquei no post abaixo que recebi de uma pessoa logo após a aula). Uma delas foi capa da edição de hoje e outra usada na página interna.

Logo que sentei na frente do secretário, ele logo foi expondo a situação. Comentou que fui longe demais no meu trabalho como jornalista ao "arrombar" a sala do Centro Cultural e fazer fotos da situação da sala. Inclusive comentou que iria até a delegacia de polícia fazer um Boletim de Ocorrência sobre o ocorrido e abrir sindicância sobre o fato.

AULA

Na noite de ontem eu tinha uma aula de jazz para dar. Com essa turma uso cabos de vassoura e tecidos em três coreografias diferentes e precisava desse material para ensaiar com as meninas. A turma é do primeiro ano e, por estar próximo as férias (que começa na próxima semana - fazendo daquela a penúltima aula), precisava reforçar a coreografia para que estudassem em casa.

Assim que cheguei no prédio e fui procurar a chave da sala para pegar meu material, vi que ela não estava no quadro de chaves, onde deveria estar. Eu e outro funcionário que estava no local procuramos pelas gavetas da racepção (uma vez que as outras quatro salas da administração ficam fechadas nesse horário), mas não encontramos. Resolvi então ligar para meu superior imediato, o diretor da escola e da biblioteca - não, não é o fantasma, esse era coordenador de serviços dos dois departamentos. Das 19h até 19h25 tentei contato com ele, mas a linha só chamava.

Nesse entretempo liguei para uma auxiliar administrativa do local. Ela revelou que estava com a chave (mandaram ela levar a chave embora) e já estava na casa dela aquele horário e não tinha como voltar para a escola a fim de abrir a sala para eu pegar o material. Liguei então para o Mansur, expus que a sala estava trancada e que precisaria pegar o material para usar na aula e não conseguia falar com o diretor para resolver a situação. Então ele disse que tentaria o contato. Assim que desliguei voltei a ligar para o diretor e para minha surpresa, o celular deu sinal de ocupado, opa, ele atendeu alguém. Hoje ele disse que estava em uma reunião e não pôde me atender.

NERVOSOS

Os fatos que estão ocorrendo com a prefeitura parecem estar tirando alguns cargos comissionados (secretários para ser mais específico) fora do sério. O primeiro, secretário da Educação, juntou uma equipe para acuar um dos repórteres após matéria divulgada pelo Jornal de Limeira. Hoje foi a vez da cultura. Relato tudo isso não só porque sou funcionário e sofri a ameaça de sindicância e de boletim de ocorrência, mas sim pelo visível transtorno em que estava Mansur ao me acusar e tentar me fazer revelar a fonte das fotos de todas as formas. Ele até tremia enquanto falava e não soube me tratar como um "simples" professor de dança.

Mansur ainda questionou minha ética de jornalista. Essa, Mansur, está bem, muito obrigado. Eu não sou conivente com um sistema de mentiras, que contrata um funcionário fantasma que deveria trabalhar em tempo integral e vive em Campinas fazendo viagens semanais para cumprir com suas obrigações. Se é preciso fazer um vídeos institucional seja lá do que for da prefeitura, é preciso abrir licitação para tal. Se querem dar orientações ou ensinar outros funcionários (que sequer conheciam o tal fantasma), o mesmo processo poderia ser feito. O problema ai é que a licitação é aberta a todos os interessados, não é? Isso é ética? Permitir que um funcionário seja contratado em um esquema como este é ético? É brincar com o dinheiro da população. E não revelar ao interesse público que crianças estava fazendo aulas onde um pedaço de madeira caiu? Seria ético abafar um caso desses?

SINDICÂNCIA

E em caso de sindicäncia, o que poderia acontecer? Vamos aos fatos?

- O prédio, apesar de ser patrimônio público, não tem nenhum guarda municipal cuidando de sua segurança no período noturno - pelo menos não onde crianças, adolescentes e adultos fazem aulas de jazz, canto coral, violão e teatro - esses alunos estão de prova disso. Um guarda poderia cuidar da sala interditada.

- Alegam que a sala estava interditada. Não havia nenhum papel na porta. Alunos que passaram essa sexta pelo local não viram nenhum aviso. estava trancada como todas as outras, mas a condição em que as portas estão não barra ninguém de empurrá-la e entrar.

- Quando telefonei para o secretário da Cultura e para a auxiliar administrativa, ninguém apresentou solução para o problema e muito menos deram retorno em tempo habil. O único que retornou a ligação foi o diretor da escola. Ele ligou por volta das 19h40 e não quis conversar comigo ao saber que já tinha iniciado a aula em outra sala.

- A chave da sala sumiu, foi levada embora. Pela manhã, quando avisaram que o madeiramento caiu na sala, pedi para que deixassem a chave no local para que a noite eu pudesse pegar todo o material que precisava para a aula mesmo se ela ficasse fechada. Pedido feito diretamente ao diretor do local. O motivo de terem levado a chave embora poderia ser apurado também. Tinham algum medo? Alunos não têm acesso ao quadro de chaves, portanto não poderiam usar a sala e se acidentar. O estado do local também impedia qualquer professor de usar o local para as aulas. Por que então levaram a chave embora?

- Por se tratar de um prédio público e sem segurança, qualquer pessoa pode entrar e fazer quais fotos quiserem - inclusive o autor das imagens cedidas ao Jornal de Limeira. Alunas já filmara a situação precária do local em um dia de chuva - quando a sala ganhou duas cachoeiras e algumas poças. Em outra ocasição, foi uma aluna que fotografou o estado ruim a da sala e colocou as fotos no mesmo jornal.

- Me acusaram de desobedecer uma ordem. Que ordem se ninguém a deu? Tentei ligar para o diretor da escola e ele não me atendeu; a auxiliar administrativa só falou que estava com a chave e que não voltaria para me entregá-la e o secretário comentou que iria tentar falar com o diretor para resolver o problema na sexta a noite quando queria dar minha aula.

ENGRAÇADO

Misturaram tanto as profissões que, quando o diretor do Centro Cultural, levou minhas alunas para uma sala, fechou a porta e começou a falar sobre o assunto. Ele não se limitou somente ao meu perfil de professor, segundo uma das alunas ele disse que não gostava do meu trabalho como jornalista. Opinião totalmente dispensável dentro do contexto, se é que ele soube separar o texto do contexto.

PERGUNTA

Agora eu questiono: Qual seria o tratamento que me dariam se eu não fosse jornalista?

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Depois do fantasma, a casa está caindo...

Não é de hoje que os problemas com o Centro Cultural da Secretaria de Cultura de Limeira estão sendo divulgados e nada de prático é feito no local. O prédio onde funciona a Escola Municipal de Cultura e Artes (Emcea) e o Museu Histórico e Pedagógico "Major José Levy Sobrinho". Com uma estrutura antiga e que aparenta logo de cara nunca ter passado por nenhum tipo de reforma ou restauração, as salas que são usadas pelos cursos que a escola oferece estão caindo aos pedaços.

Na manhã de hoje, a sala 2, onde diariamente passam pelo menos 50 crianças, adolescentes e adultos nos cursos de jazz e ballet, amanheceu com uma tábua no chão. O pedaço de madeira apodrecido pelas infiltrações e pelos cupins sujou metade da sala e deixou o local fechado para as turmas do dia.

Essa não é a primeira vez que o prédio apresenta risco para seus usuários e funcionários. A mesma sala onde o pedaço de madeira caiu tem um tecido TNT preto cobrindo um buraco no forro. Na sala vizinha, a número 1, um buraco no chão ficou exposto por um bom tempo até que uma aluna de ballet acidentalmente colocou sua perna inteira dentro do buraco e precisou de ajuda para conseguir sair da "armadilha".

Quando chove então, as aulas param. As duas salas ganham cachoeiras de água amarela e poças no chão. As salas da administração do prédio também. Quando o tempo muda, alguns funcionários já preparam os sacos de lixo para cobrir os computadores e mesas.

Um funcionário que pediu exoneração há algum tempo não se conformava. "É um absurdo permitir que as aulas continuem aqui com a situação que está, o corpo de bombeiros deveria interditar esse prédio porque ele lida com vidas. Na hora que um pedaço de madeira cair na cabeça de uma aluna, dai sim eles vão tomar providencia", disse o funcionário quando um outro pedaço de madeira do forro caiu nas escadas que dão acesso ao museu no segundo andar.

ROTINA

Estou dando aulas de dança no Centro Cultural há praticamente um ano, comecei em agosto do ano passado. Desde aquela época é da minha rotina ouvir perguntas sobre quando o local será reformado e observações de mães e alunos sobre o péssimo estado do local. Por ser da imprensa alguns relatos, como o do funcionário citado acima, chegam até mim.

Um processo de licitação já foi aberto e, segundo informações do poder Executivo, uma das empresas entrou com recurso. O fato é que a burocracia está impedindo o início das obras de restauro no local. Enquanto isso, alunos seguem tendo aulas nas salas de um local dito como seguro, mas que deixou cair um pedaço de madeira onde várias crianças têm aulas diariamente.

ABSURDO

O pior de tudo é que a chave da sala, quando eu cheguei pela manhã para o início da aula, estava fora do quadro de chaves. Quando fui procurá-la que fui informado sobre o ocorrido. Curioso, claro, queria ver o que aconteceu, além do que minha planilha de alunas e alguns CDs estavam dentro da sala. Quando pedi para que o diretor do local abrisse a sala para eu pegar esses pertences, ele pediu para que eu aguardasse na sala ao lado e que os levaria pra mim.

Claro que ele não queria que eu visse o estado do local, mas como eu fui até a sala e não pôde me barrar se justificou: "Um técnico da secretaria de obras já veio até aqui hoje cedo e verificou a sala. Ele vai voltar mais tarde e nós vamos precisar interditar, fechar essa sala todos os cursos".

Quando perguntei para uma funcionária do local se alguém realmente esteve no local, ela simplesmente disse que não.

TEMPESTADE?

Algumas coisas podem ser vistas como tempestade em copos d'água. Um argumento utilizado principalmente por quem esta em um bote salva vidas no meio dos raios. Mas o assunto cabe uma discussão. Até quando o local vai ser usado, ou aquela sala específica? O buraco da sala um só foi tampado quando uma das alunas encaixou a perna nele. Essa sala dois, ao que tudo indica, não precisou acidentar ninguém para ser fechada - um avanço.

E o mais engraçado de tudo isso é ouvir, dentro do Centro Cultural, que eu não deveria fazer matérias sobre o que eu ouço no local. Como sempre disseram no curso de jornalismo, um jornalista é jornalista 24 horas. Se calar frente a assuntos como este ou outros que são ilegais ou irregulares é ser conivente com o sistema.

O problema deve estar em conviver com alguém da imprensa... afinal, tem gente na Emcea que anda falando baixinho no telefone durante o dia...