domingo, 12 de janeiro de 2014

Amar é...

Quem é capaz de definir o amor? Um sociólogo que transforma sentimento em água para explicar que o a falta que aperta o peito quando a distância entre dois corpos se torna insuportável? Um biólogo que tenta mostrar que as descargas de hormônios que fazem os olhos se encherem de lágrimas quando percebemos que o tempo é injusto com o amor por forçar que um dia um de nós dê um último suspiro deixando o outro segurando uma mão já sem vida? Um psicólogo que tenta provar por um motivo desencadeado por outro no passado foi o responsável por explicar o porquê desse conforto que acomoda a alma com a chegada da certeza de que pertencer é um verbo que se conjuga com dois sujeitos que se amam?

Cada um se abraça na definição que mais lhe convém naquele momento. Contudo, amar é sentir que não se é mais dono de si. É sentir que toda partida é um buraco no peito sem cura. É segurar a mão de quem você ama e sentir que o para sempre poderia chegar naquele momento. Amar alguém é terminar um beijo demorado e querer que o tempo congele quando os olhares se cruzam, no exato momento entre o êxtase do último contato dos lábios e o esboço de um sorriso cheio de felicidade.

Amar é planejar o futuro e não querer que haja passado por que um dia vivido é um dia a menos sem seu amor. É pensar que no último fechar de olhos os sentimentos que vão imperar são o da saudade e da tristeza. Tristeza por saber que o último segundo se foi e a tarefa de fazer a pessoa feliz pra sempre não foi cumprida e saudade de quem te preenchia. E mais: será fechar os olhos e saber que o um só coração se desfez mais uma vez e fica a incerteza do reencontro imperar sobre as próximas vidas - se elas existirem há mais uma chance, se não, acabou.

Um sentimento que é difícil de expressar. Começa com um "gosto", que ganha um "muito". Passa para "te adoro", seguido de um "muito". Até chega no "eu te amo", para ser completado por um "muito", mas nenhuma palavra ou frase consegue definir ou dimensionar o aperto no peito que não desaparece mesmo quando um coração consegue ouvir o outro num abraço apertado.

Cada um deve ter uma forma de sentir e tentar descobrir mil maneiras de expressar, mas é definir, quem consegue?

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Sorriso bobo



Um sorriso bobo, perdido entre a felicidade, o fim de uma busca e a esperança da eternidade é inspirador. Os olhos quase fechados, dentes a mostra, bochechas salientes e a cabeça tentando se abaixar como se a timidez chegasse apenas naquele momento. Vontade de se entregar a todas as tecnologias possíveis e gravar aquele exato momento, aquele exato sorriso para assistir segundo a segundo e tentar desvendar de onde ele vem, como chega e, principalmente, o que o faz tão especial.

Vontade de tocar esse tesouro de sorriso com a ponta dos dedos com todo cuidado que merece. Sentir com os lábios os músculos que se contraem. Refletir nos olhos a constelação que se forma nas íris dos seus. Sentir esse momento ser imortalizado: o momento que consegui cumprir com uma promessa, a promessa de não te dar a lua, mas sim todas as estrelas possíveis e deixá-las perfeitamente reluzentes no seu olhar.

Então tudo some num abraço e num beijo demorado. Some do campo de visão para se materializar no coração e, quando se aloja no peito já apertado, provoca um suspiro relaxante. Suspiro apaixonado, único, revigorante, que traz a vontade de que o "para sempre" não seja só palavras faladas entre um olhar e outro, entre um beijo e outro, mas sim que seja literal, que seja real, que seja infinito.

E que sejam infinitos os abraços apertados. Que sejam infinitos os olhares sem palavras. Que sejam infinitos os carinhos no rosto e os beijos nos olhos fechados. Que seja infinito esse sentimento de estar vivo, de estar completo, de se sentir parte de alguém especial. Que seja infinita essa inspiração que seu sorriso bobo trás que se espelha no meu rosto e me deixa tão bobo e derretido quanto sua reação ao dizer "sim".